DEVOCIONAL - CONFLITOS.


Conflitos. Mais cedo ou mais tarde passamos por um.

                
          Todos, sem exceção, mais cedo ou mais tarde passaremos por situações de conflito. Conflitos podem ser gerados por falta de compreensão, por amor a verdade, pela luta por algo que se julga conveniente e justo ou por agressão sofrida que resulta em uma reação, em fim a lista é ampla.  

            A bíblia nos diz que, no que depender de nós, devemos ter paz com todos os homens, mas é realidade também, que muitas vezes não depende, e nestas ocasiões, os conflitos são inevitáveis. 

        O dicionário ortográfico da língua portuguesa nos dá seis definições esclarecedoras para conflito:

1- Choque de elementos contrários, discórdia, antagonismo, oposição;
2- A luta entre dois poderes com interesses antagônicos;
3- Altercação, desordem, disputa;
4- O momento crítico dentro de um processo dinâmico;
5- Estado de hesitação entre tendências ou grupos antagônicos;
6- Confronto de princípios ou leis autoexcludentes.

            Uma passagem das Escrituras que aborda esta questão está no evangelho segundo Mateus:

            Portanto, se você estiver oferecendo no altar a sua oferta a Deus e lembrar que o seu irmão tem alguma queixa contra você, deixe a sua oferta ali, na frente do altar, e vá logo fazer as pazes com o seu irmão. Depois volte e ofereça a sua oferta a Deus.
              Se alguém fizer uma acusação contra você e levá-lo ao tribunal, entre em acordo com essa pessoa enquanto ainda é tempo, antes de chegarem lá. Porque, depois de chegarem ao tribunal, você será entregue ao juiz, o juiz o entregará ao carcereiro, e você será jogado na cadeia.
              Eu afirmo a você que isto é verdade: você não sairá dali enquanto não pagar a multa toda. “ Mt. 5:23-26
       
       A luz desta passagem do evangelho de Mateus gostaria de apresentar três princípios acerca da solução de conflitos. Em primeiro lugar, podemos afirmar que conflitos não resolvidos atrapalham a nossa adoração. Nos versos 23 e 24 desta passagem somos advertidos pelo Senhor, a que se algum irmão possuir alguma queixa contra nós deveríamos prioritariamente nos reconciliar com ele.  Se fossemos colocar esta expressão de forma contemporânea poderíamos dizê-la da seguinte maneira:

Se você estiver na Igreja no meio de um culto de adoração, e de repente se lembrar que o seu irmão tem um ressentimento contra você, saia da igreja imediatamente e vá fazer as pazes com ele. Não espere que o culto termine. Procure o seu irmão e peça-lhe perdão. Primeiro vá e depois venha. Primeiro vá reconciliar-se com seu irmão, e depois venha e ofereça a sua adoração a Deus.[1]     
        Em segundo lugar, aprendemos que conflitos precisam ser resolvidos rapidamente.            Sobre esta passagem Jhon Stott comenta que não devemos retardar o fazer as pazes[2] mas sim o mais rápido possível fazermos o que estiver ao nosso alcance para saldarmos a nossa dívida. São duas as figuras aqui apresentadas, a primeira de um tribunal envolvendo um irmão e a segunda de uma dívida financeira envolvendo um adversário, mas em ambos os casos a orientação é a mesma resolvermos os conflitos.

        O livro de provérbios nos traz uma advertência exatamente acerca da necessidade que temos de solucionarmos conflitos:

“Não tenha pressa de ir ao tribunal para contar o que você viu. Se mais tarde outra testemunha provar que você está errado, o que é que você vai fazer? Defenda a sua causa contra o seu vizinho, mas não revele nada que alguém lhe tenha contado a respeito do assunto. Do contrário todos ficarão sabendo que você não consegue guardar segredos, e você nunca mais se livrará desta vergonha.” Pv. 25:8-10
       
    No terceiro princípio, aprendemos que a não solução de conflitos pode gerar problemas ainda maiores. A progressividade que encontramos nos verso 25 visa demonstrar o contínuo agravamento dos problemas.  A recomendação do Senhor é a de que seria muito mais sensato pagarmos esta dívida no caminho, para evitarmos que uma vez no tribunal sejamos obrigados a quita-la integralmente. Se possuirmos uma dívida com alguém, devemos nos esforçar para salda-la.  

     Conforme vimos à solução dos conflitos nos libera para o cultoSim quando resolvemos os nossos conflitos nos liberamos para o culto.  Cabe agora também afirmarmos a esta altura que quando nós formos à parte ofendida não podemos negar o perdão, uma vez que em Cristo, os nossos próprios pecados já foram reconciliados.

         A solução dos conflitos nos traz paz e alívio.Uma das coisas que perceberemos ao solucionarmos um conflito é que estaremos realmente em paz. Outra coisa que constataremos é que seremos tomados por uma grande sensação de alívio. Pois livra-nos da mágoa. Certa vez ouvi de um pregador que “guardar mágoa é tomar veneno achando que o outro e quem vai morrer!”

          A solução dos conflitos nos livra do agravamento dos problemas.
          Você está disposto a resolver os seus conflitos?

Por Manoel Delgado.


[1] STOTT, Jhon , A Mensagem do Sermão do Monte, contracultura cristã, ABU editora, pág.80, 2001
[2] STOTT, Jhon , A Mensagem do Sermão do Monte, contracultura cristã, ABU editora, pág.81, 2001

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