LEITURA - MÚZIO, Rubens, O DNA da liderança cristâ, Editora Esperança 2ª edição, Arapongas, PR. 2013.   (222 Páginas)


Leitura - MÚZIO, Rubens, O DNA da liderança cristâ, Editora Esperança 2ª edição, Arapongas, PR. 2013.   (222 Páginas)
Esta obra do Dr. Rubens Múzio, ministro religioso e missionário da SEPAL, nesta obra busca delinear uma proposta para liderança cristã contemporânea brasileira. Baseada no modelo missional e tendo como chave hermenêutica o próprio modelo de Cristo. Estas lideranças, denominadas pelo autor de missionais, estão a serviço das comunidades cristãs em seus mais variados contextos estimulando-as a assumirem o seu caráter de Igrejas-em-missão, compromissadas com o Senhor da seara dentro da perspectiva da “Missio Dei”. Logo na introdução, Múzio apresenta que uma das suas motivações ao escrever a obra foi a de munir a igreja brasileira com uma perspectiva de liderança inovadora e missionária, que permita a igreja a perseverar no propósito apesar das dificuldades e oposição. Tais motivações estão ligadas a sua própria peregrinação pessoal em que o autor relata que ao exercer o ministério pastoral em dois contextos culturais distintos, experimentando franco crescimento e aridez e declínio pode refletir sobre a relação entre as ferramentas ministeriais e a dependência de Deus. Os desdobramentos destas reflexões são amplamente desenvolvidas ao longo da obra.  A obra está subdividida em quatro seções principais. Na primeira seção são apresentados os modelos contemporâneos de liderança. O conceito dominante desta seção é o de paradigma, que deve ser entendido no sentido proposto por Tomás Khun, popularizado em teologia por Hans Kung, que consiste “numa constelação de convicções, valores e técnicas”.[1] Neste sentido, o autor apresenta sete paradigmas contemporâneos de liderança e ministério que tem atraído muitos líderes. São eles: o (01) paradigma de repetição; (02) do profissionalismo; (03) do empresariado; (04) da tecnologia; (05) do consumo e do marketing; (06) do entretenimento; (07) da psicologização. Todos estes paradigmas se originam de alguma demanda justa, ou necessidade detectada, mas por seu caráter reducionista e recepção acrítica por parte das lideranças acaba por se tornar uma caricatura ao invés de um modelo genuinamente cristão. A segunda seção é voltada para os fundamentos bíblicos e teológicos para um modelo missional de liderança cristã. Na onde Cristo é a chave para se entender a história e para delinear o ministério cristão. É na cristologia que se deverá encontrar o substrato bíblico e teológico para o ministério. Neste sentido a encarnação, a peregrinação, o sacrifício, e ascensão e a parousia são vistos como verdades que transcendem a história da redenção capazes de influenciar e inspirar os líderes cristãos. Assim a chamada do povo de Deus é para refletir em sua caminhada as implicações desta identificação com o seu mestre e Senhor. Na terceira seção é apresentada uma proposta para um estilo brasileiro de liderança missional.  Este estilo possui como referêncial o modelo de Jesus, é capaz de dialogar com todos os modelos contemporâneos de liderança, sem diluir a sua identidade. Busca equilibrar o cuidado espiritual e a ação social. Sendo capaz de formular perguntas missionais e de estabelecer padrões (bíblico, histórico e contextual, cultural e prático). O que no contexto brasileiro significa dialogar com uma cultura pragmática, mística, de religiosidade sincretista e de ética relativista. Para Múzio o grande desafio para os líderes missionais é fazer com que o evangelho atue dentro da cultura sem que seja distorcido por ela.” [pág.169] Na última seção apresenta-se os passos para a implementação e avaliação do modelo missional. A avaliação se dá por meio do conceito de crescimento integral, e a implementação decorre de um plano de ação que promove análises de diagnóstico e a formulação de objetivos e estratégias que considerem o contexto, e alcancem  integralmente todas as dimensões de crescimento.  


[1] KUNG, HANS, TEOLOGIA A CAMINHO, FUNDAMENTAÇÃO PARA O DIÁLOGO ECUMENICO, PAULINAS,1999 Obs. Esta obra não é citada pelo autor, nem consta na bibliografia geral de sua obra. É mencionada apenas por conter a definição paradigma que acreditamos ser a empregada pelo autor. Na  bibliografia é mencionado um artigo de KUNG que menciona o termo paradigma: KUNG, HANS, “Paradigm Change in the History of Theology and the Church: na Attempt at Periodization.” Em Conrad Review, Ed.1, inverno 1985.

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