REFLEXÃO - O SENSO COMUM E AS GENERALIZAÇÕES BURRAS


Toda generalização é burra..., e por definição lógica, esta também!

Para David Hume, a indução consistiria em uma generalização sem base empírica suficiente. Seguir o seu pensamento até as ultimas consequências nos levaria ao ceticismo radical. Para as correntes de pensamento desconstrucionistas e relativistas existe a impossibilidade da comunicação, pois não existiriam garantias de correspondência entre o signo e o significado, entre o meio e a mensagem.

Porém se adotássemos como ponto de partida, que a comunicação é possível [apesar de todos os processos subjetivos envolvidos], e de que determinados fenômenos se repetirão, [quase] sempre nas condições dos anteriores, e que a nossa percepção subjetiva da realidade [na maioria dos casos] se enquadra aos fatos como de fato se apresentam. Considerando ainda a ideia de que numa constatação prática, o ceticismo radical seria uma atitude digna do manicômio, teríamos como resultado uma epistemologia desenvolvida a partir do senso-comum. 

A epistemologia do senso comum se fundamenta na confiança de que a indução lógica decorrente da observação regular dos fenômenos natureza, e a memória expressa na cultura de uma determinada sociedade são frutos do conhecimento adquirido no lento processo apreensão e apropriação da realidade, constituiriam elementos válidos para o início da construção do conhecimento científico, e para que se estabeleça um acordo [mínimo] entre os homens, sobre os mais diversos assuntos. Parte-se da premissa de que a comunicação, e o conhecimento são possíveis, reconhecendo a comunidade epistemológica.
Sem estes pressupostos básicos o método científico seria impossível [Popper]. Fossemos falaciosos diríamos que a ciência é baseada na epistemologia da indução e falseabilidade, mas isto não é verdade. A indução seria apenas constituinte de um tipo específico de indução.
A ciência, o pensamento religioso, baseiam-se igualmente em induções lógicas, axiomas, premissas [não verificadas e em alguns casos não-verificáveis], e no caso específico da religião, de verdades axiomáticas da fé [dogmas], e não existiriam, sem um acordo implícito de que a indução lógica, o senso comum, e o próprio método científico são válidos.
Sem os axiomas [tomados como certos para o início de qualquer método, ou investigação], sem a crença na capacidade de superação do abismo hermenêutico, cultural e linguístico, o empreendimento humano seria improvável, ou até mesmo impossível. Mas isto é outra generalização...

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