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ARTIGO – HUMILHEM-SE!

ARTIGO – HUMILHEM-SE! 

Em sua primeira carta, capítulo 5, o apóstolo Pedro oferece uma exortação profunda sobre a dinâmica entre líderes e liderados na comunidade cristã. Ele se dirige aos presbíteros — os líderes espirituais da igreja — com humildade e autoridade, identificando-se como um deles, como testemunha dos sofrimentos de Cristo e participante da glória que há de ser revelada.

Pedro orienta os presbíteros a pastorear o rebanho de Deus que está entre eles, ou seja, a cuidar das pessoas sob sua responsabilidade com dedicação e amor. Esse cuidado, no entanto, não deve ser motivado por obrigação ou constrangimento, mas sim por espontaneidade, como expressão da vontade de Deus. A liderança cristã não pode ser movida por interesses financeiros ou ambições pessoais — o que Pedro chama de “sórdida ganância” — mas deve ser exercida com boa vontade e coração voluntário.

Além disso, Pedro adverte contra o autoritarismo. Os presbíteros não devem agir como dominadores sobre os que lhes foram confiados, mas devem se tornar modelos para o rebanho. A liderança que inspira é aquela que reflete o caráter de Cristo, sendo exemplo de humildade, serviço e integridade. E a recompensa para esse tipo de liderança é gloriosa: quando o Supremo Pastor se manifestar, esses líderes fiéis receberão a imarcescível coroa da glória — uma coroa que não se desgasta, símbolo da honra eterna concedida por Deus.

Pedro também se dirige aos jovens, que representam os liderados dentro da comunidade. A eles, ele exorta à submissão aos mais velhos, não como sinal de inferioridade, mas como reconhecimento da experiência e da autoridade espiritual. Essa submissão deve ser acompanhada de humildade no trato com todos. A humildade, nesse contexto, é mais do que uma virtude — é uma postura essencial para a convivência cristã.

A advertência de Pedro é clara e contundente: “Deus resiste aos soberbos, mas concede graça aos humildes.” Isso significa que o orgulho não apenas afasta o indivíduo de Deus, mas o coloca em oposição direta ao Senhor. Já a humildade abre espaço para a graça divina, para o favor imerecido que Deus concede aos que se reconhecem dependentes d’Ele. Pedro reforça essa ideia com uma citação de Provérbios 18:12: “Antes da ruína, gaba-se o coração do homem, e diante da honra vai a humildade.” Ou seja, o orgulho precede a queda, enquanto a humildade prepara o caminho para a verdadeira honra.

Todos na igreja somos simultaneamente líderes e liderados. Em algumas áreas, exercemos influência; em outras, somos guiados. O que importa não é a posição que ocupamos, mas a maneira como honramos a Deus em cada papel. A unidade, a humildade e o serviço mútuo devem ser as marcas de uma comunidade cristã saudável.

Na relação entre líderes e liderados, é natural que surja a ansiedade. Pode haver expectativas sobre o futuro do grupo, sobre o tempo em que as realizações devem acontecer. Mas Pedro nos lembra: lancem sobre Deus toda a ansiedade, pois Ele tem cuidado de nós. Essa confiança é essencial para manter a paz e a direção espiritual em meio às incertezas.

E quando as expectativas não coincidirem? Será necessário sabedoria para que Satanás não transforme a diversidade do grupo em divisão no corpo. Ele anda como leão, rugindo ao redor, buscando alguém para devorar. Se encontrar brechas, tentará dividir o grupo, estimular a indisciplina, alimentar o orgulho e atacar o corpo de Cristo — a Igreja. Mas se o inimigo está em derredor, segundo o texto, Deus está ao nosso redor — “peri himon” — nos protegendo com sua graça e cuidado.

Se cada um exercer seu papel com humildade e esperar o tempo de Deus, o Senhor — o Deus de toda a graça — aperfeiçoará, confirmará, fortificará e fundamentará o ministério de cada um. A Ele seja o domínio pelos séculos dos séculos. Amém!

Por Manoel Delgado Jr.


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