Leitura - SNYDER, Howard, A COMUNIDADE DO REI, ABU EDITORA, São Paulo, SP. 2004. (210 Páginas)
Esta
obra do renomado missionário e teólogo Howard Snyder, é uma grande contribuição
na área de eclesiologia. O autor é ph.D em teologia histórica pela Universidade
de Notre Dame e professor do Tyndale Seminary, em Toronto, Canadá. Foi
missionário no Brasil na Igreja Metodista Livre e um dos participantes na
Conferência de Lausanne. A obra
é toda desenvolvida na relação entre igreja e reino de Deus. Na introdução o
autor apresenta a definição da igreja como agente do Reino, reconhecendo a Missio
Dei, sendo a igreja instrumento e agente do propósito de Deus de fazer
convergir em Cristo toda a Criação. A primeira parte da obra analisa a percepção
do reino de Deus. Onde as concepções clássicas e modernas de Igreja são
analisadas. Na segunda parte da obra o autor analisa biblicamente o conteúdo o
conceito de Igreja, e na terceira e última sessão aspectos missiológicos e práticos
são abordados. Considero
como elemento positivo e relevante nesta obra a definição de estruturas
eclesiásticas e paraeclesiásticas. Uma vez que, esta distinção se constitui em importante
instrumental para análise eclesiástica e para a promoção de processos de
revitalização da igreja. Para
Snyder, estruturas eclesiásticas são estruturas transculturais, divinamente
instituídas, essenciais, teologicamente derivadas das escrituras, consistindo no
núcleo não negociável do que é vem a constituir a verdadeira igreja. Estas
estruturas eclesiásticas consistem no ministério e na liderança através dos
dons do Espírito (comunidade carismática), nas grandes celebrações e nos grupos
pequenos. A igreja é a comunidade do povo de Deus, a difusora e despenseira da
multiforme graça divina. Sendo ela uma agencia do reino de Deus. As
estruturas paraeclesiásticas por sua vez, são estruturas que servem a Igreja na
sua missão. Não são a igreja, mas sim estruturas que foram associadas a igreja
em algum contexto histórico e cultural. Sua relevância é de caráter
circunstancial e histórico. Estas estruturas não devem ser necessariamente
eliminadas, numa tentativa romântica de retorno ao início. Nem devem igualmente
ser sacralizadas, sendo confundidas com as estruturas eclesiásticas. Antes, porém,
as mesmas devem ser consideradas a luz do seu propósito funcional que é o de
servir a Igreja em sua missão. Apesar
da obra ter sido publicada originalmente 1997, suas contribuições e análises
ainda são bastante atualizadas sobre a reflexão eclesiológica, tendo inclusive
incorporado a reflexão e prática, do movimento de crescimento de igreja, o
movimento de grupos pequenos, a renovação eclesial católica e as propostas
latino-americanas de eclesiologia. Em linhas gerais, podemos dizer que sua
reflexão sustenta e amplia uma posição evangelical no espírito de Lausanne.
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