GRUPOS PEQUENOS - TREINAMENTO DE LIDERANÇAS.

POR DENTRO DA REDE. Os quatro processos de uma rede de grupos pequenos.

Por Manoel Gonçalves Delgado Jr.

IV-Treinamento de Lideranças: O Alicerce do Crescimento Sustentável de Grupos Pequenos

No movimento de grupos pequenos, a formação de novos líderes e o discipulado de novos convertidos são fundamentais para garantir o sucesso e a continuidade do ministério a médio e longo prazo. De fato, muitos estudiosos reconhecem que a capacidade de multiplicar grupos está diretamente ligada à quantidade e qualidade de líderes disponíveis na igreja local. Portanto, investir no treinamento e na formação de líderes é uma prioridade estratégica para qualquer igreja que deseje ver seus grupos pequenos prosperarem.

O Papel Crucial do Discipulado

O discipulado dentro dos grupos pequenos não é apenas uma responsabilidade adicional; ele é o coração do processo de multiplicação saudável. O discipulado deve ser conduzido por um cristão maduro, que acompanhe os novos convertidos em sua caminhada de fé, preparando-os para um relacionamento mais profundo com Cristo e, eventualmente, para a liderança.

Esse acompanhamento pode incluir o discipulado clássico, com o uso de materiais de referência confiáveis. Por exemplo, no IBAA, o material do Rev. João Petrecelli é altamente recomendado, sendo uma ferramenta eficaz para guiar novos crentes nos fundamentos da fé cristã. Além disso, a preparação para o batismo pode ser realizada separadamente, como uma "sala preparatória", onde os convertidos aprendem sobre as doutrinas essenciais e as práticas da igreja.

A Formação Prática e Teológica dos Líderes

O treinamento prático de liderança nos grupos pequenos é uma necessidade contínua. Um dos métodos mais eficazes para esse desenvolvimento é o uso da estrutura dos "Quatro Es", que orienta os membros a entenderem a dinâmica essencial do funcionamento de um grupo pequeno. Esses elementos são fundamentais para garantir que o grupo esteja equilibrado em suas atividades espirituais e comunitárias:

  1. Encontro (Quebra Gelo): Iniciar a reunião com uma dinâmica de quebra-gelo que crie um ambiente acolhedor e descontraído para os participantes. Esse momento ajuda a criar um espaço de interação e compartilhamento.
  2. Exaltação (Louvor): Um tempo de louvor e adoração que prepara o ambiente espiritual, levando os participantes a focar em Deus e na sua presença.
  3. Edificação (EBI - Estudo Bíblico Indutivo): A prática de estudo bíblico indutivo, em que os participantes exploram e discutem a Palavra de Deus de forma ativa, permitindo que o Espírito Santo aplique as verdades bíblicas de maneira prática e pessoal.
  4. Evangelismo (Aplicação): O desafio de levar o que foi aprendido à prática, promovendo o evangelismo e o alcance das pessoas fora do grupo. Este é o momento de pensar em como aplicar o ensino para compartilhar o evangelho com outros.

Além dessa formação prática, a igreja deve oferecer cursos básicos de teologia, mentoria e treinamentos mais robustos para líderes em potencial. Essa formação teológica e espiritual ajudará a garantir que os futuros líderes de grupos pequenos não apenas saibam conduzir as reuniões, mas também sejam formados em seu caráter, doutrina e convicção cristã. Esses cursos podem incluir:

  • Cursos teológicos básicos: Fundamentos da fé cristã, estudo bíblico, eclesiologia e missiologia.
  • Salas de liderança: Treinamento específico em liderança de pequenos grupos, dinâmicas de discipulado e como guiar espiritualmente os membros.
  • Mentoria contínua: Acompanhamento próximo de líderes mais experientes, que ajudarão os líderes em formação a se desenvolverem em áreas cruciais do ministério.

Um Processo de Formação de Dois a Três Anos

A formação de um líder de grupo pequeno não deve ser apressada. Um processo saudável e completo entre a conversão de um indivíduo e sua assunção de liderança deve durar no mínimo dois anos, sendo o ideal três anos. Esse tempo é necessário para que o discípulo passe por um amadurecimento espiritual, teológico e prático. Pressionar indivíduos a liderar prematuramente, especialmente neófitos, pode resultar em uma liderança imatura, despreparada e suscetível a erros doutrinários ou práticas inadequadas.

Durante esse período, o futuro líder é acompanhado de perto por mentores e discipuladores, garantindo que ele desenvolva um caráter firme em Cristo, com uma compreensão clara e ortodoxa da fé cristã. Esse enfoque na correção teológica é essencial para evitar divisões e desvios dentro dos grupos pequenos, que podem ocorrer quando lideranças não estão bem formadas. Dessa forma, a igreja fecha as brechas que poderiam comprometer a saúde e a unidade do movimento de grupos pequenos.

Prevenção de Erros: A Importância de Lideranças Bem Preparadas

No modelo que propomos, é imperativo evitar a formação de lideranças baseadas em neófitos ou em indivíduos que não passaram por um treinamento sólido e consistente. A liderança cristã exige um caráter moldado por Cristo, uma compreensão madura das Escrituras e a habilidade de liderar com amor, sabedoria e humildade.

Portanto, a prioridade deve ser sempre formar líderes bem preparados, que tenham passado por um processo completo de discipulado e capacitação. Esses líderes estarão equipados para servir de forma eficaz e evitar os erros que frequentemente surgem quando o preparo adequado é negligenciado.

Conclusão

O segredo para o sucesso de grupos pequenos está no discipulado de novos convertidos e no treinamento contínuo de líderes. Ao oferecer uma formação sólida, teológica e prática, a igreja garante que o movimento de grupos pequenos não apenas cresça em número, mas também se mantenha saudável, unido e focado no discipulado e na missão de Cristo. A formação de lideranças deve ser tratada com seriedade e cuidado, resultando em líderes maduros, preparados para guiar e multiplicar grupos de maneira eficaz.




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