POESIA - A VIDA PELA JANELA.
A Vida pela Janela
Sempre que posso, viajo de ônibus.
Por antigos afetos e olhares.
Ver a natureza em toda a sua extensão,
Uma exuberância que não pode ser medida.
Pelas telas dos smartphones e nem gerar assombro
Através dos frios dispositivos digitais.
Sempre que vejo, mas com meus próprios olhos.
Sempre que sinto, mas com meu próprio corpo.
Sempre que desenho, mas com meus próprios traços.
Descubro milênios dentro de mim.
Tenho arroubos de imensidão.
Percebo que perdi a conexão ancestral,
Mas ainda sou os tambores da tribo,
Ainda tenho a fúria de um jaguar,
Ainda tenho a coragem de um desbravador,
Ainda sou vaqueiro e lavrador.
Ainda trago as preces de um cristão!
Ao menos -
não me falta disposição.
Sol, chuva e trovão!
Ainda sou a vista do pomar,
da floresta e do clarão.
É a vida pela janela!
É a vida da janela!
A cobrar liberdade.
Por Manoel Gonçalves Delgado Junior 2025.
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