REFLEXÃO - O QUE DEVEMOS COMEMORAR NESTE 7 DE SETEMBRO?
O que
devemos comemorar neste 7 de setembro?
Por Manoel G.
Delgado Jr.
Nesta ocasião em
que se rememora o histórico 7 de setembro de 1822, a data da
independência política e administrativa do Brasil, constatam-se
lamentavelmente as sequelas de um avançado grau de polarização
social e política que tem afetado o conjunto da sociedade
brasileira.
Num cenário como
este, em que o tecido social encontra-se distendido, rasgado e
dividido, e em que muitos segmentos da sociedade afirmam-se em
oposição e detrimento dos demais, sem o devido sentimento de
pertencimento mútuo que nos definem como um povo e uma nação.
Em suma, no meio da
fumaça das dissenções ressentes, perde-se por um momento, a visão
maior da fraternidade humana, criada a imagem e semelhança de Deus,
e a silhueta da pátria, corpo de nossa unidade nacional e cidadania
terrena. No calor das dissenções e ressentimentos, perde-se a
plenitude da alegria. Alegria esta, que é uma das maiores virtudes
do povo brasileiro.
A pergunta que
fazemos neste 7 de setembro de 2019 é: Será que devemos comemorar a
independência num cenário como este? Apesar de todos os dissabores
e contratempos que temos atravessado. A resposta é sim!
Comemorar a
independência é celebrar o caráter multiforme de nosso povo.
Constituído de diversas origens étnicas, culturais e raciais.
Apesar de uma matriz de origem diversa, o povo brasileiro é uma nova
e bela identidade que está lentamente sendo constituída, construção
na qual todos nós, brasileiros participamos diariamente. Devemos sim
conhecer, analisar e reagir aos processos históricos que nos
trouxeram até aqui, sabendo sobre nossas origens, também e
igualmente devemos nos posicionar sobre e reagir diante dos fatos e
realidades que constituem o nosso presente histórico, mas não
podemos em nenhum momento, permitir que nos sejam retirados, o senso
de mútuo pertencimento, empatia, civismo e civilidade.
Nosso povo é
criativo, e capaz de reagir as maiores adversidades com um drible,
uma nova ideia e olhar renovado sobre as coisas. Nossa produção
agrícola é uma das maiores do mundo e somos celeiro do mundo. Nossa
ciência e pesquisa são de ponta, sempre e na medida, que temos
oportunidades. Nossa democracia, apesar de todas as dificuldades e
turbulências é a maior do hemisfério sul, a maior das Américas, e
uma das maiores do mundo.
Nosso povo é
alegre, cortês, hospitaleiro,
trabalhador e apesar das proporções continentais do seu território
o país é unido, e todos reconhecemos as belezas, riquezas e
potencialidades de cada região.
Talvez, devido a
abusos e excessos de parte a parte, esta não seja a nossa atual
percepção. Talvez, nem mesmo na Igreja possamos falar hoje de uma
unidade plena, no espírito do evangelho, porém, o exemplo de Jesus,
e a mensagem evangelho nos ensinam que os maiores desafios podem ser
superados, os maiores adversários podem ser reconciliados. E que a
unidade é de fato possível, onde existe perdão, graça e
reconciliação.
É nosso dever
rememorar os marcos de nossa história e nos comprometermos com a
construção de um país digno, onde todos possam viver e reconhecer
as bençãos e privilégios do Criador. Devemos agradecer a Deus pelo
país em que vivemos, e orar e trabalhar para que de fato, exista
paz, unidade e progresso para todos os que vivem nesta grande e bela
nação.
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