DEVOCIONAL - CDBC 69 - "PRÓ VIDA"
CDBC - COMENTÁRIO DEVOCIONAL DO BREVE CATECISMO DE WESTMINSTER.
“Se alguém derramar o sangue do homem, pelo homem se derramará o seu; porque Deus fez o homem segundo a sua imagem.” (Gn 9.6)“O carcereiro despertou do sono e, vendo abertas as portas do cárcere, puxando da espada, ia suicidar-se, supondo que os presos tivessem fugido. Mas Paulo bradou em alta voz: Não te faças nenhum mal, que todos aqui estamos!” (At 16.27-28)“Todo aquele que odeia a seu irmão é assassino; ora, vós sabeis que todo assassino não tem a vida eterna permanente em si.” (1Jo 3.15)
Em primeiro lugar, este mandamento proíbe tirar a própria vida. A vida não nos pertence — é dom de Deus, e somente Ele tem o direito de dá-la ou tirá-la. O suicídio e a eutanásia são, portanto, violações diretas deste mandamento, pois atentam contra a soberania do Criador sobre a existência humana. Mas há também formas mais sutis e igualmente graves de desprezo pela vida, como a negligência com a própria saúde. O uso de drogas, o abuso de álcool, a má alimentação, a automutilação, os distúrbios alimentares e até a falta de descanso adequado representam, em graus diferentes, uma quebra deste mandamento, por atentarem contra a integridade da vida que Deus nos confiou.
Em segundo lugar, este mandamento proíbe tirar a vida do próximo. A razão é clara e profundamente teológica: o ser humano foi criado à imagem e semelhança de Deus (Gn 1.26-27). Assim, atentar contra a vida humana é ofender o próprio Deus, pois o homem é portador de Sua imagem. Na aliança estabelecida com Noé, o Senhor reafirma a santidade da vida e declara:
“Certamente requererei o vosso sangue, o sangue da vossa vida; da mão de todo homem requererei a vida do homem. Se alguém derramar o sangue do homem, pelo homem se derramará o seu; porque Deus fez o homem segundo a sua imagem.” (Gn 9.5-6)
Desse modo, o assassinato, o aborto, o ódio e a vingança são expressões distintas da mesma rebelião contra o Autor da vida. João resume de forma contundente: “Todo aquele que odeia a seu irmão é assassino.”
Por fim, o sexto mandamento também nos chama à responsabilidade ativa pela preservação da vida. Não basta apenas evitar o mal — é necessário promover o bem. A omissão diante do sofrimento, a indiferença frente à injustiça ou a complacência com políticas e práticas que desprezam a dignidade humana também constituem transgressões deste mandamento.
Guardar o sexto mandamento é, portanto, viver em reverência diante do Deus da vida, amando, protegendo e valorizando cada ser humano como expressão da Sua imagem. Que o Senhor nos encontre fiéis, promovendo a vida em todas as suas dimensões — física, espiritual e social.
Soli Deo Gloria.
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