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DEVOCIONAL - DEIXEM O NATAL CHEGAR!


Neste último Natal*, tive o privilégio de escrever uma mensagem para todos os meus vizinhos e numa das noites de dezembro a Alzenir minha esposa e minha filha Aninha ajudaram a enrolar as mensagens, como um pergaminho e o prenderam com lacinhos de presente então em uma das noites de dezembro, na calada da noite eu pude finalmente entregar esta mensagem nas 102 casas do meu condomínio. Às vezes, gestos simples podem dizer muito e com muito pouco a vida das pessoas pode ser abençoada. Transcrevo a seguir a mensagem compartilhada neste natal.

Deixem o Natal chegar!

Mas a terra que andava aflita não permanecerá na obscuridade. Isaías  9.1Graças à profunda misericórdia de nosso Deus, pela qual nos visitará o sol nascente das alturas, Lucas 1:78 NAA


Quase levei um susto ao perceber, aqui no condomínio as primeiras luzes de Natal. O ano passou tão depressa... Às vezes nem conseguimos refletir.

Lembro-me do Natal, especialmente, os da minha infância em nossa casa. Não tínhamos o hábito de trocar presentes, mas reuníamos toda a família para a ceia de Natal. Comíamos peru, farofa, arroz, maionese e é claro Panetone. Eu não sabia muito bem para que o Panetone servia, mas meus pais me faziam come-lo mesmo assim... Comia-o meio a contra gosto, mas antes, arrancava todas as frutas cristalizadas, não sei bem por que, mas eu me lembro destas coisas...

Em nossa casa recebíamos também algumas pessoas, amigos que distantes de suas famílias, encontravam em nós a família que eles poderiam ter naquele momento.

No Natal, aprendi sobre solidariedade, pois nesta mesma época, há muitos anos, quando adolescente, participei de projetos sociais visitando realidades bem diferentes da minha, aprendi que para muita gente o Natal não é tão farto assim, e que existem carências profundas neste mundo, realidades que não são tão fáceis de compreender.

Descobri quando criança que o Natal é a data do nascimento de Jesus, e quando jovem ao estudar história e teologia que não é bem assim... Jesus de fato nasceu e o seu nascimento é um marco para história e cultura humana, e segundo creio, ele é o Deus encarnado. Mas é verdade que segundo estudos, o seu nascimento teria se dado em outra época, a data exata seria incerta. Até mesmo o ano do seu nascimento estaria defasado. A convenção do Natal seria, portanto uma adaptação de uma antiga celebração romana...** Creio que isto também seja verdade, mas com o tempo precisamos reconhecer que esta foi à data separada pelos cristãos para celebrarem o nascimento de Jesus.

Alguns são contra presépios, árvores, presentes e luzes nesta data, pelas mais diversas razões... Para alguns, a comemoração seria uma incoerência, pois com tanta miséria, com tanta injustiça para que celebrarmos esta festa?

Este é o pensamento até mesmo entre alguns cristãos. São contra as festividades e tradições que envolvem esta data. Criticam o consumismo, envolvendo o período, criticam o sincretismo.

Considero todas estas objeções, mas não compartilho desta visão negativa. O verdadeiro Natal não pode ser ofuscado, pois, a sua maior finalidade consiste em nos trazer a lembrança.

Lembrança que dentro da gente, ainda existe aquela criança que se encanta com luzes, e que retira frutas cristalizadas de um Panetone.

Lembrança de que nunca estamos sozinhos, ou abandonados em meio das nossas dores e medos, existe mais alguém que é real, veio ao mundo e se importa conosco... Lembrança de que nem sempre, a vida precisa ser tão frenética e corrida, pois podemos parar e por um pouco de tempo, considerarmos aquilo que é realmente importante.

Lembrança de que a Luz brilhou dissipando as trevas, trazendo vida ao cenário desolado do mundo. Lembrança de que pelo menos uma vez no ano, podemos todos juntos, celebrar a vida e a vinda de Deus ao mundo. 
Lembrança que o Eterno decidiu revelar-se no rosto de um bebê, e que agora, não faz nenhuma diferença se somos ricos ou pobres, mas apenas se estamos abertos para recebê-lo, pois uma casa humilde pode vir a ser um palácio, se nela estiver abrigado, o Rei dos Reis.

Por isto, meus caros vizinhos não percam esta oportunidade, decorem as suas casas, reúnam-se com os seus amigos, sejam solidários, comemorem com presentes, façam o que estiver ao seu alcance, deixem o Natal chegar.

Dos seus vizinhos,
Manoel, Alzenir e Anninha


*Escrito em Dezembro de 2013 e publicado na Palavra do Leitor do Portal da Revista Ultimato.
** Segundo os estudos históricos os anos prováveis para o nascimento de Jesus Cristo seriam por volta de 4 a 6 A.C., em Belém da Judeia. Os evangelhos não apresentam uma data exata, podemos apenas fazer inferências históricas, à luz do contexto bíblico e histórico. Quando o Cristianismo se tornou a religião oficial do Império Romano, a data de 25 de dezembro, proximidade ao solstício de inverno, no hemisfério norte, foi escolhida para substituir uma celebração existente. O que não é difícil de compreender, visto que, Jesus é apresentado no evangelho de Lucas, como o Sol nascente das alturas Lc.1.78. Por fim, a defasagem dos anos na contagem do seu nascimento deve-se a um erro de cálculo, ocorrido possivelmente na adoção do calendário Gregoriano. Nada disto, porém, invalida o Natal, pois o que celebramos na ocasião, não é a data em si, mas a encarnação do Verbo, o nascimento de Jesus.   

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