DEVOCIONAL 161 - A PARTILHA DAS VESTES.

 PDE 161 (20) A partilha das vestes. 

Os soldados crucificaram a Jesus, tomaram as suas roupas e repartiram em quatro partes, uma para cada soldado, e a túnica. Ora, a túnica era sem costura, tecida como uma só peça do alto a baixo. Disseram entre si: "Não rasguemos, mas tiremos a sorte, para ver com quem ficará." Isto, a fim de se cumprir a escritura que diz: "Repartiram entre si as minhas roupas e sortearam a minha veste." Foi o que fizeram os soldados. João 19.23-24.

Nesta passagem do evangelho segundo João, temos o relato da partilha das vestes do nosso redentor. Sua túnica e capa foram retiradas, partidas e sorteadas. As roupas do redentor foram divididas pelos quatro soldados, ao passo que sua túnica ou capa, de maior valor foi sorteada. "Sandálias, turbante, roupas externas (himation), foram igualmente divididos, deixando a capa ou túnica (chitôn) que era mais valiosa, para ser disputada por meio de sortes." registra o Comentário Bíblico  Moody. A túnica de Jesus era um tipo de camisa que descia do pescoço até os joelhos, ou até mesmo os tornozelos como bem descreveu uma nota da Bíblia NVI de estudo. Neste ato cumpria-se outra profecia a seu respeito que diz: "Repartem entre si minhas roupas e tiram sortes sobre a minha túnica." Salmo 22.18. Jesus não resistiu aos seus algozes antes em sua resignação ecoou as palavras proferidas no Sermão do Monte quando disse: "Se alguém demandar para tirar-te túnica oferece-lhe também a capa." Mateus 5.40.  

Diferente do que encontramos nas imagens de arte sacra, onde o pudor artístico, e o respeito pela figura de Jesus Cristo, ocultaram a sua nudez. (exceto raríssimas exceções, como as esculturas de Michelangelo) O Cristo revelado nos evangelhos está nu, publicamente exposto, mortalmente ferido. Poderíamos dizer que a semelhança da metáfora do conto de Andersen, o Rei literalmente está nu, porém diferente daquela fábula, nesta história a nudez exposta não evidência nenhuma mácula ao caráter do Rei, ao contrário, são os que o contemplam e despojam que estão nus, vexatóriamente revelados. Podemos seguramente afirmar que o Cristo nu, expõe o caráter sombrio da natureza humana. Contemplando o Cristo nu, recordamos o drama humano revelado no Éden, quando nossos primeiros pais, envergonhados e aturdidos fugiram do Senhor na viração do dia. Tentaram inutilmente cobrir a sua nudez e pecado, mas folhas de figueira se provaram ineficazes para cobrir a culpa do pecado humano, apenas um sacrifício de sangue, poderia cumprir este objetivo. Também recordamos a vergonhosa atitude de Cam ao contemplar a nudez de Noé, seu pai, desonrando aquele que era o seu progenitor, da mesma forma poderíamos dizer que a nudez de Cristo, não foi para a sua vergonha, mas para a nossa, posto que ele, era absolutamente inocente, enquanto nós, totalmente culpados. Em Jesus e nas circunstâncias de sua crucificação temos a reversão da tragédia ocorrida no Éden, pois a nudez exposta do segundo Adão, não é para vergonha e condenação, mas sim a real possibilidade de repará-la por meio da justificação. O Cristo nu, foi exposto na Cruz, para a nossa redenção.

Oremos ao Senhor. Amado Senhor, graças te damos pela redenção consumada por Jesus teu filho, quanto mais meditamos sobre ela mais nos sentimos constrangidos por nossos pecados e pela comum miséria humana. Porém, observar a extensão do teu cuidado e graça, que nos trouxe a salvação nos movem para a mais sublime e elevada adoração e, ao mesmo tempo, esmagam a nossa vil presunção humana. Cumpra em nós a tua vontade, e perdoa-nos pelos atos que tornaram necessária a exposição de Cristo na Cruz.

 Esta foi a Palavra de Esperança de hoje. Gostou? Então compartilhe com mais alguém. 



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