DEVOCIONAL 165 - (23) UMA HIPÉRBOLE LITERAL.

PDE 165 (23) Uma hipérbole literal. 

Jesus fez também muitas outras coisas. Se cada uma delas fosse escrita, penso que nem mesmo no mundo inteiro haveria espaço suficiente para os livros que seriam escritos. João 21:25 NVI

Hipérbole. O Michaelis Dicionário Brasileiro da Língua Portuguesa, define este substantivo feminino como uma figura que consiste no exagero de uma expressão ou ideia, quer no sentido positivo, quer no negativo, com o objetivo de produzir maior impressão; auxese, exageração. Assim, com a utilização de uma hipérbole o evangelho de João é finalizado. Sabemos que o autor inspirado ao utilizar este recurso estilístico visava sustentar a sua opção por retratar de maneira seletiva e distinta, o conteúdo do evangelho. Visto que seria demasiado extenso retratar cada palavra, milagre e ação de Jesus Cristo, e considerando ainda que em fins do primeiro século, os outros evangelhos, já haviam sido finalizados, sendo amplamente difundidos na comunidade cristã, assim para o evangelista, não seria mais necessário retratar cada pormenor da vida e do ministério de Jesus.

João, porém, em seu exagero retórico, expressou uma verdade que se comprovou precisa ao longo da história. Jesus como objeto da reflexão da igreja, e como um personagem da cultura humana é sem nenhum exagero o maior objeto de produção intelectual, artística e histórica do mundo. Em mais de dois milênios de cristianismo um número insondável de livros acerca da vida e obra de Jesus foi produzida, e não creio que esta produção venha ser interrompida, tão cedo. Pois, aquele que é retratado nos evangelhos, dividiu a história, mudou as feições deste mundo, e mesmo para os seus mais ferrenhos críticos é um personagem que instiga, desafia e exige uma posição a seu respeito. E para nós os que cremos Nele, Jesus é muito mais que um personagem histórico, antes Nele encontramos o infinito Deus-homem, o Deus encarnado, o maior objeto da fé e da apreensão do pensamento humano. Não é para menos, afinal Jesus é o ápice da revelação de Deus. O significado de Deus visitar o mundo,  assumindo a natureza humana, manifestando a compaixão e amor salvífico por meio de um Deus encarnado frágil e sofredor é um "mysterium tremendum" (mistério tremendo), algo muito maior que a nossa limitada capacidade de compreensão e expressão. O exagero retórico de João comprovou-se preciso, sua hipérbole literal. Não existem livros suficientes, para dar conta de Jesus e de sua obra. Porém, o que existe de confiável e seguro a seu respeito está no testemunho apostólico, nas escrituras sagradas.        

Oremos ao Senhor. Deus eterno. Tu que habitas na luz inacessível, porém decidiu em tua bondade transbordante revelar o seu amor eletivo, através de Jesus Cristo, teu filho unigênito. Venha agora revelar a nós o pleno conhecimento de Jesus, e da sua obra redentora. Pois, no mistério revelado de seu sofrimento, morte e ressurreição encontramos a mais sublime fonte de nossa esperança. Jesus, Tu que és a ressurreição e a vida, e pela fé, salva a todos aqueles que em Ti confiam,  seja propício a nós que carecemos de tua graça, pois tua divina habitação é a nossa esperança da Glória. Amém!

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