DEVOCIONAL - CDBC 44 - "GRATIDÃO"
CDBC - COMENTÁRIO DEVOCIONAL DO BREVE CATECISMO DE WESTMINSTER
Pergunta 44: Que nos ensina o prefácio dos dez mandamentos?
Resposta: O prefácio dos dez mandamentos ensina-nos que nós temos obrigação de guardar todos os mandamentos de Deus, por ser Ele o Senhor nosso Deus e Redentor.
Referências Bíblicas: Deuteronômio 11.1; 1 Pedro 1.15-19
“Mas, assim como é santo aquele que os chamou, sejam santos vocês também em tudo o que fizerem, pois está escrito: 'Sejam santos, porque eu sou santo.'”
“Uma vez que vocês chamam Pai aquele que julga imparcialmente as obras de cada um, portem-se com temor durante a jornada terrena de vocês. Pois vocês sabem que não foi por meio de coisas perecíveis como prata ou ouro que vocês foram redimidos da sua maneira vazia de viver, transmitida por seus antepassados, mas pelo precioso sangue de Cristo, como de um cordeiro sem mancha e sem defeito.” (1 Pedro 1.15-19, NVI)
Comentário:
Deus, o nosso Senhor e Rei, nos chamou, nos retirou da escravidão, nos resgatou. Como consequência, a vida que agora temos deve ser uma constante oferta de gratidão Àquele que nos redimiu. Porque Ele é santo, nós devemos viver em santidade.
Os teólogos de Westminster ensinaram esta verdade, que deve ressoar profundamente em nossos corações. Se compreendermos plenamente esse ponto, seremos libertos do peso do legalismo, ao mesmo tempo que nos afastamos do veneno do antinomianismo. O verdadeiro equilíbrio entre o Evangelho e a Lei é encontrado quando reconhecemos que, apesar de não sermos salvos pela Lei, somos chamados a uma vida de obediência por gratidão a Deus.
Como bem disse João Calvino: “A Lei nos exorta a uma vida de retidão não como um fardo, mas como uma resposta à graça que já recebemos” (Calvino, Institutas, Livro 2, Cap. 7).
Nenhum ser humano, em seu esforço, pode ser salvo pela observância da Lei. Como as Escrituras afirmam: "Não há um justo, nem um sequer" (Romanos 3.10). Nossa salvação é inteiramente fruto da graça soberana de Deus, revelada em Cristo Jesus, que derramou Seu precioso sangue, para que todo aquele que Nele crê, tenha a vida eterna (João 3.16). Essa graça é dada livremente, sem depender da obediência à Lei, pois é um favor imerecido.
Todavia, o Deus que nos concedeu tão grande salvação também nos chama a viver de forma condizente com nossa nova natureza. Ele exige que "andemos em novidade de vida" (Romanos 6.4), refletindo Suas virtudes excelentes como o sal da terra e a luz do mundo (Mateus 5.13-14). A santidade de Deus deve ser espelhada em nossa vida diária, através da manifestação dos frutos do Espírito (Gálatas 5.22-23). Em suma, a obediência à Lei agora surge não como um meio de salvação, mas como expressão de gratidão, por tão grande salvação.
Como bem afirmou Martyn Lloyd-Jones: “A graça não nos liberta para pecar, mas nos liberta do poder do pecado para obedecermos a Deus com alegria” (Lloyd-Jones, Romanos: A Justiça de Deus Revelada).
Mas por que obedecer, se a salvação é pela graça?Por que observar a Lei, se nossos pecados já foram pagos pelo sangue de Cristo?Por que se preocupar com a santidade, se não estamos mais sob o jugo da Lei? A resposta é simples, e, ao mesmo tempo poderosa: Gratidão! Soli Deo Gloria.
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