DEVOCIONAL - CDBC 48 - "EXCLUSIVISTA"

CDBC - COMENTÁRIO DEVOCIONAL DO BREVE CATECISMO DE WESTMINSTER

Pergunta 48: Que se nos ensina especialmente pelas palavras “além de mim”, no primeiro mandamento?
Resposta: As palavras “além de mim”, no primeiro mandamento, ensinam-nos que Deus, que vê todas as coisas, toma conhecimento e muito se ofende do pecado de ter-se em Seu lugar outro deus.
Referências Bíblicas: Salmo 139.1-3; Deuteronômio 30.17-18

"Por que os atributos invisíveis de Deus, assim o Seu eterno poder, como também a Sua própria divindade, claramente se reconhecem, desde o princípio do mundo, sendo percebidos por meio das coisas que foram criadas. Tais homens são, por isso, indesculpáveis; porquanto, tendo conhecimento de Deus, não O glorificaram como Deus, nem Lhe deram graças; antes, se tornaram nulos em seus próprios raciocínios, obscurecendo-se-lhes o coração insensato." (Romanos 1.20-21)

"Porém, se o teu coração se desviar, e não quiseres dar ouvidos, e fores seduzido, e te inclinares a outros deuses, e os servires, então, hoje, te declaro que, certamente, perecerás; não permanecerás longo tempo na terra à qual vais, passando o Jordão, para a possuíres." (Deuteronômio 30.17-18)

Comentário:
O primeiro mandamento traz implicações profundas. Não apenas estabelece a primazia de Deus sobre todas as coisas, mas revela que o desvio deste mandamento é um ato de extrema insensatez e rebeldia. A Assembleia de Westminster ensina que Deus vê todas as coisas, e o pecado de se colocar outro deus em Seu lugar não apenas é fruto da dureza de coração, mas também é uma afronta que provoca a justa ira do Criador, Aquele que é Santo, Glorioso, Majestoso e Poderoso.

A Palavra de Deus nos ensina que ninguém pode alegar ignorância quanto à Sua existência. Desde a criação do mundo, Seus atributos invisíveis, como o poder eterno e a divindade, são claramente percebidos (Romanos 1.20). O homem que nega a Deus ou atribui a divindade a outro ser ou objeto está cometendo um pecado gravíssimo, digno de reprovação. Este pecado não se manifesta apenas na adoração de ídolos feitos por mãos humanas, mas também no pecado sutil de colocar qualquer coisa, seja ela um bem material, uma posição social, ou mesmo a autossuficiência, no lugar de Deus.

Deus abomina tudo isto! E os Seus filhos, redimidos pela graça de Cristo, devem se lembrar de que o Deus que os resgatou é um Deus zeloso, que não divide Sua glória com ninguém (Isaías 42.8). Devemos, portanto, entregar nossos corações totalmente a Ele, com a consciência de que Ele não apenas conhece todas as coisas, mas também se preocupa com a Sua honra e glória.

Como bem afirmou João Calvino: “Não há nada mais contrário ao culto de Deus do que atribuir Seu poder, honra e glória a qualquer coisa ou a qualquer outro ser.” (Calvino, Institutas, Livro 1, Cap. 12).

Podemos afirmar na contramão de nossa época e cultura, que Deus é exclusivista! Não no sentido de proibir o espaço público, mas sim no sentido de que a nossa reivindicação de fé, é a afirmação categórica da exclusividade e unicidade do Deus revelado.

Portanto, lembremo-nos constantemente de que Deus é o único digno de nossa adoração e serviço, e que o desvio desse mandamento trará graves consequências, tanto em nossa vida terrena quanto na eternidade. Entregue, pois, o seu coração completamente a Ele, pois o Deus que nos redimiu em Cristo ainda é zeloso por Sua glória. Soli Deo Gloria!

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